Conforme noticiado pelo Olhar Digital, após conseguir sua sexta coleta de rochas em Marte, no fim de dezembro, o rover Perseverance, da Nasa, está com um problema: pequenos grãos de areia e pedregulhos estão obstruindo seu sistema de coleta de amostras.
De acordo com a agência, a equipe responsável pelo robô tem trabalhado metódica e minuciosamente, atingindo um bom progresso na compreensão do melhor caminho a seguir para resolução definitiva do problema.

A implementação das etapas iniciais de recuperação alcançaram o primeiro sucesso: as duas pedras superiores foram ejetadas do carrossel de bits durante um procedimento de teste.
Isso é uma ótima notícia, pois esses pequenos pedaços de detritos podem ser a causa da transferência mal sucedida da broca e do tubo de amostra para o carrossel ocorrida no fim de dezembro.
E não para por aí. Segundo comunicado da Nasa, parece que a maioria das rochas que permaneceram no Tubo de Amostra 261 foi removida – ou, talvez, todas.
Parte das amostras permanece no tubo de coletas obstruído do rover Perseverance
Na segunda-feira (17), a câmera WATSON, instrumento científico do rover, fez imagens do carrossel bit e suas pedras – e também tirou fotos do chão sob o robô para estabelecer exatamente o que estava lá embaixo antes de qualquer estratégia de recuperação ser aplicada.
“Mais tarde, no mesmo dia, rodamos o carrossel bit cerca de 75 graus antes de devolvê-lo à sua posição original. As imagens WATSON mostraram que as duas pedras superiores foram ejetadas durante o processo”, revelou a Nasa no comunicado.
Segundo os cientistas da agência, no dia seguinte, eles receberam o segundo conjunto de imagens do solo abaixo do rover, que mostram duas novas pedras. Isso quer dizer que as pedras ejetadas do carrossel bit foram depositadas de volta à superfície de Marte como planejado.
Ainda de acordo com a Nasa, as outras duas pedras, localizadas no fundo do carrossel, permanecem. “É interessante notar que alguns dos testes iniciais realizados na Terra indicam que a localização das duas pedras restantes pode não representar um problema significativo com a operação do carrossel bit, mas estamos continuando a análise e testes para confirmar isso”.
No sábado (15), a equipe realizou um experimento usando a broca rotativa-percussiva do Perseverance. Depois que o braço robótico do rover orientou a broca com a extremidade aberta do Tubo de Amostra 261 em ângulo cerca de 9 graus abaixo da horizontal, o eixo de perfuração do rover girou e depois se estendeu.
“Nosso notável instrumento Mastcam-Z (que tem capacidade de vídeo anteriormente usada para documentar alguns dos voos da Ingenuity) capturou o evento. As imagens do experimento mostram uma pequena quantidade de material amostral caindo do tubo de broca”, explicou a equipe. “Mais tarde, no mesmo dia marciano, a broca foi posicionada verticalmente sobre ‘Issole’ (a rocha que forneceu o último núcleo) para ver se uma amostra adicional cairia sob a força da gravidade”.
No entanto, segundo os cientistas, a imagem de Mastcam-Z feita do interior do tubo após essa manobra mostrou que ele ainda continha amostras. Dado que parte da amostra já havia sido perdida, a equipe decidiu que era hora de devolver o restante ao solo e esvaziar completamente o tubo para prepará-lo para outra potencial tentativa de coleta.
Desafios inesperados fazem parte das missões
No início desta semana, a equipe comandou outra operação da broca percussiva-rotativa na tentativa de desalojar mais material do tubo. “Com a extremidade aberta do tubo ainda apontada para a superfície, essencialmente sacudimos as pedras para fora dele por 208 segundos”. Conforme dito anteriormente, imagens da Mastcam-Z tiradas após o evento mostraram que algumas amostras foram despejadas com sucesso na superfície, e que outras continuam.
A equipe ainda está revisando os dados e discutindo os próximos passos. “Como todas as missões a Marte, tivemos alguns desafios inesperados”, diz o comunicado da agência. “Esperamos o mesmo resultado desta vez – ao tomar medidas incrementais, analisar resultados e seguir em frente, planejamos resolver totalmente esse desafio e voltar à exploração e amostragem na Cratera Jezero”.
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